Os alunos experimentam cada vez mais todo o tipo de bebidas. A cerveja continua a ser a mais consumida, mas as destiladas e alcoolpops subiram mais
50% dos estudantes bebeu bebidas destiladas no mês antes do inquérito. As ocorrências de cerveja, vinho e alcoolpops também subiram
Mais de metade dos alunos do secundário bebeu cerveja e um quinto embriagou-se
As prevalências de consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens têm estado sempre a aumentar desde 2001.
De acordo com o Inquérito Nacional em Meio Escolar (2011), efectuado a 32 mil dos cerca de 250 mil jovens do ensino secundário público, metade dos alunos bebeu cerveja ou bebidas destiladas, mais de um quarto bebeu vinho e um quinto embriagou-se.
O inquérito ao consumo de drogas e outras substâncias psicoactivas, efectuado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD) - organismo que sucedeu ao Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), registou ainda um aumento (de 34 para 42%) da ocorrência de situações de embriaguez entre 2006 e 2011.
Nos últimos dez anos, o consumo de álcool apresenta algumas variações ao nível da experimentação. A mais relevante ocorreu nas bebidas destiladas.
Em relação aos consumos recentes (últimos 12 meses antes da recolha de dados), o estudo coordenado por Fernanda Feijão, investigadora do SICAD, revela um aumento contínuo desde 2001 das prevalências de consumo de cerveja e vinho. Nos últimos cinco anos aumentaram também as prevalências de consumo de bebidas destiladas/espirituosas e dos alcoolpops (bebidas alcoólicas com sabores a frutos e outros, muito populares entre os jovens).
Relativamente à evolução dos consumos actuais (últimos 30 dias antes da recolha de dados), os autores do estudo destacam “os aumentos, contínuos e relevantes”, das prevalências de consumo de todas as bebidas alcoólicas.
Já o “Estudo sobre Consumo de Álcool, Tabaco e Drogas”, realizado também pelo ex-IDT a 13 mil alunos, concluiu que, entre 2007 e 2011, registou-se “uma diminuição do número de consumidores de álcool, em todos os grupos etários e por género”. Paralelamente, no entanto, verificou-se um “aumento dos consumos mais intensivos (embriaguez)” a partir dos 15 anos, nomeadamente dos que o fizeram nos 30 dias antes do estudo. Nas raparigas, o acréscimo foi acentuado.
Enquadrado no programa ESPAD - European School Survey on Alcohol and other Drugs, este inquérito aponta ainda para uma diminuição dos consumidores de cerveja entre os 13 e 14 anos e estabilidade nos outros grupos etários. Esta descida foi acompanhada por um aumento das quantidades ingeridas pelos estudantes dos 13 aos 15 anos e decréscimo no grupo dos 16 aos 18 anos. Os estudantes estão também a beber menos vinho mas a consumir mais bebidas destiladas. Entre os alunos dos 16 aos 18 anos, o acréscimo das quantidades ingeridas é muito relevante, de acordo com o inquérito, coordenado em Portugal por Fernanda Feijão.
Do ponto de vista das idades de iniciação, os dados de 2011 não apresentam alterações significativas em relação a 2007.